quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Feliz Aniversário São Paulo, parabéns Brasil


Feriado em SP significa dia livre, então sobra um tempo para ler, refletir e escrever. Entre os textos de amor e ódio a cidade, confissões de paulistas que dizem que a cidade é um organismo vivo e as atualizações sobre o world bike tour, destacou-se uma nota publicada no Estadão "ONGs vão dar a Kassab diploma de 'pior prefeito'. " A nota só dizia que mais de 800 pessoas já tinham confirmado no facebook e que uma faixa seria entregue ao prefeito em meio a comemoração de 458 anos da cidade. Acho importantíssimas as manifestações e o uso das redes sociais em prol de causas e crenças, o que achei estranho é não entender o motivo, ele ganhará esta faixa a troco do que?


Lendo a crônica de Roberto Damatta "Emergências do Brasil" parei para refletir sobre o Brasil, os brasileiros e a política. O que eu acho irônico é que nasci no Brasil e cresci escutando sobre "o jeitinho brasileiro", "rouba mais faz", etc e tal... mas pouco se falam ou comentam sobre engajamento e mudança. Será que ainda existem pessoas otimistas em São Paulo, no Brasil? E será que temos críticas embasadas, estamos agindo como cidadãos ou simplesmente entramos em um estágio de conformismo e não saímos dele?


Precisei de um tempo livre para me deparar com o seguinte texto no Valor Econômico:



Por que só olhamos a metade vazia do copo?

Por Carlos Pereira
A democracia brasileira está prestes a completar a sua maioridade sem que nenhum ator político se atreva a jogar fora das regras democráticas. O Brasil foi capaz de alcançar equilíbrio macroeconômico, diminuir a pobreza e a desigualdade, adquirir credibilidade internacional, diminuir o desemprego, alcançar o posto de sexta economia do mundo etc. Alcançar tal desempenho em um curto intervalo de tempo não é uma tarefa trivial. Por que então continuamos com a sensação de que as coisas não funcionam bem? Por que o sistema político brasileiro é sempre responsabilizado pela metade vazia do copo?
Até muito pouco tempo atrás a combinação de presidencialismo e multipartidarismo era vista como improvável. Impasses frequentes e paralisia decisória predominavam em função da suposta dificuldade de presidentes minoritários em costurar coalizões sustentáveis em um ambiente fragmentado. Preponderava a interpretação de que democracias com este desenho institucional seriam um desastre. Para os mais otimistas, seriam difíceis e "caras" de serem gerenciadas. Para os alarmistas, um convite a "trocas escusas" entre elites políticas. Diante disso, reformas políticas de todas as matizes foram imaginadas. A alternativa tida como "superior" seria o sistema majoritário bipartidário, que supostamente ofereceria mais transparência e responsabilização de governantes.
Aspectos positivos do nosso sistema político devem ser reconhecidos
Entretanto, contrariamente à expectativa negativa generalizada, a "difícil" combinação de presidencialismo e fragmentação tem funcionado relativamente bem. Na realidade, o modelo que antes era interpretado como caos governativo, polarização ideológica, falta de cooperação e propenso a instabilidade se transformou no padrão a ser emulado pelas novas democracias, não apenas na America Latina.
A viabilidade e a funcionalidade, até certo ponto inesperadas, do presidencialismo multipartidário demandam uma explicação. Este arranjo institucional pertence a uma classe especial de modelo constitucional que não opera como o presidencialismo bipartidário americano, nem tão pouco como regimes parlamentaristas multipartidários europeus. Há três elementos necessários para a boa governança em presidencialismo com fragmentação partidária.
Primeiro, o presidente necessita concentrar poderes legislativos e de agenda delegados pelo Congresso. Aqui, entretanto, uma distinção se faz necessária: onde presidentes concentram poderes unilateralmente não se tem delegação legítima de poderes constitucionais, mas usurpação de direitos civis e abuso de poder como, por exemplo, tem sido o caso da Venezuela. No caso brasileiro, contudo, a maioria dos legisladores constituintes perceberam que um presidente fraco não teria capacidade de governar em um ambiente partidário altamente fragmentado. A saída encontrada foi delegar uma série de poderes para que o presidente funcionasse como uma espécie de coordenador do jogo com o Legislativo.
Segundo, a existência de moedas de troca (ministérios, emendas no orçamento, cargos na burocracia, concessões políticas etc.) institucionalizadas capazes de atrair o apoio intertemporal de partidos e legisladores para a coalizão do presidente. Em ambientes institucionais fragmentados, a lealdade partidária, a ideologia, ou mesmo os poderes de agenda do presidente não são suficientes para determinar o apoio de parlamentares no Congresso. Ou seja, a provisão institucionalizada de moedas de troca é crucial para a funcionalidade e fluidez de coalizões, na maioria das vezes ideologicamente heterogêneas e com muitos partidos.
O terceiro elemento é a presença de uma rede de instituições de "checks and balances" independentes (Judiciário, Ministério Público, tribunais de contas, Polícia Federal, mídia etc.) capaz de checar potenciais desvios do Executivo. Ou seja, um presidente poderoso não significa necessariamente um "cheque em branco" para as ações desse Executivo. Muito pelo contrário! Para que um presidente forte seja capaz de coordenar uma democracia fragmentada de forma competitiva e virtuosa, instituições de controle e accountability independentes e robustas têm que estar presente constrangendo as ações do próprio Executivo. Competição política e fragmentação partidária também funcionam como restrições as ações do presidente. Daí porque diminuir a fragmentação partidária seria contraproducente nesse contexto de dominância do Executivo.
O Brasil possui esses três elementos em seu presidencialismo multipartidário. Para se ter uma ideia da eficiência desse modelo, a maioria dos presidentes brasileiros pós-redemocratização foram capazes de construir e de sustentar coalizões majoritárias. Em que pese a dominância do Executivo no jogo político, a rede de instituições de controle e "accountability" tem exercido um papel fundamental monitorando as ações do Executivo e restringindo os seus desvios. Os escândalos de corrupção que levaram à demissão de seis ministros do governo Dilma em seu primeiro ano de governo são exemplos recentes do grande ativismo das estruturas de "checks and balances", em que pese o pessimismo que muitos alimentem dessas instituições de controle.
Presidencialismo multipartidário não deve ser interpretado como um sistema ideal ou que não precise de ajustes. De fato, ainda padecemos de uma série de problemas graves tais como desigualdade, corrupção ou falta de transparência. Ainda assim, as regras do nosso sistema político têm gerado equilíbrio e cooperação com um resultado líquido positivo. Reconhecer os aspectos positivos do presidencialismo multipartidário pode nos ajudar a perceber não apenas a metade vazia, mas também a metade cheia do nosso copo.
Carlos Pereira é professor titular na Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas (Ebape) da Fundação Getulio Vargas (FGV), professor visitante da Brookings Institution e colunista convidado do "Valor. Rosângela Bittar volta a escrever na segunda quinzena de fevereiro.
 
Acho que precisamos de uma nova ótica para mudarmos São Paulo, para mudarmos o Brasil. Falta muito para celebrarmos um feriado, mas deixo uma trecho do Seth Godin como presente de 458 anos para cidade em que Nasci e espero que a reflexão seja para todos os brasileiros:
"So many things are now completely up to us, more than ever before. Where and how and when we work and invest and interact and instruct and learn... 
If you think you have no choice but to do what you do now, you've already made a serious error."

Que venha o aniversário de 459 anos!


Aloha e ;-*kas

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Generosidade: temos ou não?

Fazer perguntas difíceis. Talvez este seja o primeiro passo para causar de fato alguma mudança no mundo. Muitas vezes não temos as respostas ainda, não concordamos com todas as opiniões, mas estamos prontos para a mudança e no final, é isso que importa.

Divido aqui um comentário e um vídeo que assisti recentemente, separe um tempo para se questionar também.

Sasha Dichter: The Generosity Experiment


Sasha Dichter: The Generosity Experiment from NextGen:Charity on Vimeo.


Sep 19 2011: "Unlike many of the commenters on this site, I have actually been homeless. To those of you who refuse to give money to homeless people to “protect” them from using it for drugs and alcohol, let me share something with you: when you refuse money to a homeless addict, they do not think, “Gee, I guess I’ll just have to go to rehab now. I wonder how much the Betty Ford Center costs?”No. What they think is, “Oh, shit – I guess I’ll be giving out $20 blow jobs again tonight. I hope at least one of my dates agrees to wear a condom, but I’m in no shape to argue.” Or, “Nobody pays attention to car alarms anymore – thank god. I guess I’ll have to break some car windows , and ransack around for change.”Detoxing on the street is agonizing and very often fatal. By giving money to homeless addicts, you may be saving them from nausea, vomiting, diarrhea, Grand mal seizures, heart attacks, strokes, hallucinations, and delirium tremens. And if they have any money left over after preventing those symptoms of withdrawal, they just might buy themselves something to eat.If you want to refuse money to a homeless addict, then go ahead and do so. But please, don’t delude yourself that you’re doing them or your community a favor." Penny white

O que você acha?

Aloha e ;-*kas

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Como foi 2011 para você?

Look down from as high as possible. Look ahead as far as you can see. And then decide what to do.

Amanhã é dia 30 de Setembro, Outubro está logo aí e de repente é natal! E o que você vai ter feito em 2011? Se a vida é feita de escolhas, está na hora de parar de planejar a sua felicidade e se preocupar apenas em ser feliz. Escolher o que te move e construir as suas conquistas hoje. No dia 31 de Dezembro podemos fazer votos de como será o ano de 2012 ou podemos agradecer pelo excelente ano de 2011. É sempre uma escolha, e ela sempre depende de você.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Dreamers Disease

"They may forget what you said, but they will never forget how you made them feel." - Carl W. Buechner 
Em comemoração ao 66º intercâmbio realizado este ano, gostaria de compartilhar uma carta com todos vocês que acreditam na relevância do trabalho da AIESEC no dia a dia.. Enquanto gerarmos mudanças de vida, mais pessoas terão a oportunidade de entrar em contato de alguma forma com a AIESEC, e dessa forma, alcançaremos o nosso propósito. Lembrando que fazer parte disso tudo, é uma escolha nossa.

Vale a pena a leitura...

De: Barbara Kaneko <barbara.kaneko@aiesec.net>
Data: 15 de setembro de 2011 22:49
Assunto: Carta Mamis
Para: Everton Toledo <everton.toledo@aiesec.net>

Ooi!
Tá aí :D

Em 2008, minha filha, então com 14 anos e no 1º ano do colegial, descobriu a existência da AIESEC através do Global Village. Se encantou com a proposta de uma organização mundial que visa um mundo melhor, com integração de membros de vários países, buscando a verdadeira união de diferentes povos fazendo parte de uma só unidade, o planeta terra! Desde aquele dia, ela decidiu que queria fazer parte deste projeto de vida. Pesquisou na internet, conversou com membros, e seu interesse só foi aumentando. Em 2011, ao ingressar na USP, logo no início do ano, se inscreveu no processo seletivo e, para sua felicidade, foi selecionada. Desde então, a cada dia que passa ela se apaixona mais e mais pelos projetos da AIESEC. 

Neste período tenho percebido um grande avanço em suas relações interpessoais, pensando sempre em estar conectada com pessoas que, como ela, desejam contribuir efetivamente para um mundo melhor. Sua responsabilidade tem me demonstrado o quando a AIESEC está contribuindo para seu crescimento pessoal. Não é como fazer um trabalho de escola, que é uma exigência, é um trabalho voluntário em que poderia desistir a qualquer momento. Mas, pelo contrário, cada vez se propõe a a assumir mais responsabilidades. Percebi também que seu potencial de liderança tem sido aprimorado, trabalhado e colocado em prática em outras esferas da sua vida. Poderia chamar isso de coragem para lidar com diversas situações, enfrentar desafios e batalhar para alcançar seus objetivos. 

Duas coisas me impressionaram bastante desde que ela entrou na AIESEC. Uma delas é buscar se relacionar com pessoas que aparentemente não teria afinidade e buscar conhecê-las melhor, e com isto descobrir que as diferenças não são algo negativo, pelo contrário, são experiências enriquecedoras e a afinidade vai aflorando à medida que as pessoas vão se conhecendo melhor. Com isto, vem a segunda coisa que me impressionou: descobrir o verdadeiro sentido da solidariedade, quebrar preconceitos e estar sempre pronta a compartilhar suas experiências com o outro, com humildade e respeito, aprendendo também com experiências de outras pessoas.

Sua desenvoltura, seu modo de se comunicar, seu posicionamento em geral teve um grande avanço. Experiências como jogos cooperativos, processos seletivos, conselhos e treinamentos de membros mais experientes estão sendo muito importantes para adquirir experiências que têm contribuído para todo seu processo de crescimento. São experiências que terão resultados para toda vida. 

Acreditar que tudo é possível quando realmente acreditamos no que estamos fazendo e tendo uma verdadeira atitude, no sentido mais profundo desta palavra, fará com certeza que seja uma pessoa mais feliz e realizada, e esta é a condição fundamental para impactar outras pessoas.

Por um mundo de paz, harmonia e compreensão, só tenho a agradecer a AIESEC.

Obrigada a todos os membros e trainees!

Beijos,
Letícia Bittencourt,
Mãe e AIESECer de coração!
-- 
Bárbara Bittencourt Kaneko
Income Exchange Quality Coordinator
Coordenadora de Qualidade de Intercâmbios

terça-feira, 13 de setembro de 2011

We are the future

Me encaminharam este vídeo no trabalho, acredito que muitos já tenham visto mas achei legal compartilhar. Existem momentos na AIESEC (e fora dela) que paramos para refletir o futuro, o que buscamos da nossa experiência, a relevância que estamos construindo hoje e se de fato no futuro seremos os tais agentes de mudança. 


Compartilhando este vídeo não é dizer que concordo 100% com o que está aí, só acho que a reflexão é válida para nos questionarmos se de fato pensamos na sociedade do amanhã para fazer o que fazemos hoje, ou se estamos nos preparando para mudar a sociedade e construir o que queremos amanhã. Será que sabemos filtrar todas as informações que recebemos hoje e que podem ser relevantes para o que acreditamos?

Quase todos os dias dessa semana, durante a programação da BandNews FM de manhã, passou uma propaganda da Siemens cujo slogan é mais ou menos assim: "As respostas de amanhã hoje". Então para adicionar mais um ponto à discussão, eu pesquisei um pouco a empresa e descobri o blog: Respostas Sustentáveis. Não sei se o blog é um puro posicionamento da empresa sobre algumas questões, mas com certeza vale a leitura e discussão.

Aloha e ;-*kas

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Reflexões sobre o futuro da energia

Recentemente recebi um email da Lucila com uma reflexão muito interessante sobre a indústria de petróleo e o mercado de trabalho.E decidi passar essa reflexão para frente, então resolvi simplesmente postar na íntegra o email dela (depois de pedir permissão, é claro) porque acho que com o nosso dia a dia agitado esquecemos de parar e pensar de vez em quando.

"Sabe, quando eu falo que quero trabalhar na indústria de petróleo e gás, muita gente me lança aquele olhar de "você é o demônio e é por causa de pessoas como você o mundo vai continuar aquecendo e vamos todos morrer".

Para essas pessoas eu tenho vontade de lembrar que, sem gás, a Europa inteira passaria frio até arrumar outra solução pra dependência que eles tem desse hidrocarboneto e, pior, sem petróleo, a maior parte das coisas que a gente tem também não existiria, visto que plástico e outros produtos de uso diário são feito a partir de petróleo.

Além disso, eu acho que, por mais que queiramos mudar para fontes de energias sustentáveis e menos poluentes, não é possível que essa transição seja feita imediatamente no mundo todo. É fato que ainda vai demorar várias décadas até que o mundo (e isso é um grande se, na verdade) tenha substituído completamente as fontes de energia mais poluentes.

Mas também é fato de petróleo e gás não são renováveis e, se a gente não fizer uma transição para outras formas de energia, um dia eles vão acabar e estaremos com um grande problema.


Daí eu recebi esse vídeo. É genial!
Sabe, se isso fosse utilizado em larga escala, continuaríamos precisando de petróleo e seus derivados, mas basicamente para produção de outras coisas que não combustíveis e daí, com a decomposição do plástico (que, convenhamos, não tem utilização quando é jogado fora e e demora muitos anos para de se decompor) obteríamos combustíveis.

Assim, seria um consumo de petróleo mais regrado e ecofriendly. Se aliarmos isso à práticas sustentáveis de extração, faria uma grande diferença no meio-ambiente e, quem sabe, tiraria um pouco da pressão imediata para a descoberta e aperfeiçoamento de fontes renováveis de energia." 
Lucila Penteado Lunardi

A Lucila é alumna da AIESEC USP e quando entrou no primeiro processo seletivo de 2008 já queria viajar. Enquanto procurava por vagas, trabalhou no projeto Horizontes e acabou fazendo dois intercâmbios, um na Áustria e outro na Alemanha. Ela vai começar nesse mês um mestrado focado em gerenciamento de empresas do ramo de petróleo e gás em Aberdeen, na Escócia.

Será que como AIESECos conseguimos formar a rede de networking e sermos pessoas responsáveis, agentes de mudança que estamos nos propondo? É possível ter impacto fazendo intercâmbios corporativos? Bem perguntem para a Lucila, ela sabe "what she is looking foward to".

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Lead US

In times of uncertainty, the leaders who stand out are the ones who remain certain of their decisions. - Notes to inspire, Simon Sinek
Fazemos escolhas todos os dias, mas será que essas escolhas refletem realmente o que queremos? Será que sabemos quem queremos ser no futuro? Escolhemos nossos próximos desafios levando isso em consideração? 

Me pergunto sempre se existe influência sobre as nossas escolhas ou se já somos maduros para escolher quem queremos ser, o que gostamos de fazer e viver com isso. Está chegando o dia mais difícil da minha gestão, o dia em que teremos um novo LCP eleito, o dia em que alguém poderá ter o privilégio que eu tenho de gerir um escritório da AIESEC, e neste dia, essa pessoa pode ser você.

What are you looking foward to?



*Agradeço Pedro Becker e Arthur Chiba pela ajuda com os vídeos